sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Delegado Odilon pede exoneração da Divisão de Policia do Oeste

O delegado Odilon Teodósio pediu exoneração em definitivo do comando da Divisão de Policia do Oeste (Divipoe) e saiu de férias. Em seu lugar, assumirá interinamente o delegado Cleiton Pinho (foto abaixo), que estava na Delegacia Regional de Mossoró. Para o cargo de delegado regional, estão cogitando o nome do delegado Denis Carvalho da Ponte, que está na DNARC.

Perguntando se está saindo por está desestimulado, Odilon Teodósio disse que não. “Desestimulado, não. Estou cansado”.

Ao despedir de Mossoró, o delegado Odilon Teodósio fez uma avaliação do período de um ano que passou reestruturando as delegacias e comandando operações policiais que desarticulou o crime organizado em especial nas cidades de Assu (caso Odelmo) e Caraúbas (caso Wilson Praxedes). Segundo ele, as delegacias de Mossoró e região eram verdadeiras pocilgas.

Teodósio disse que quando assumiu o comando da Divipoe, em novembro de 2011, já estava atuando na região há mais de ano. Ele lembra que foi designado para investigar o desaparecimento do técnico Marcos Maciel, ocorrido no dia 7 de julho de 2010, que até hoje não foi solucionado, e para investigar a execução de Ednaldo Filgueira, na Serra do Mel, ocorrida no dia 15 de junho de 2011, sendo este solucionado e os suspeitos processados.


Uma das missões como diretor da Divipoe, Teodósio disse que era desarticular o tráfico de drogas e combater a onda de homicídios a partir de Mossoró, cobrindo uma região que vai do Vale do Açu ao Alto Oeste do Rio Grande do Norte, fazendo baixar os índices de homicídios aos patamares de 2005. Para tanto, era preciso reestruturar as delegacias, aumentar o contingente e estimular os policiais civis a investigarem e assim reduzir de forma sustentável a violência.
 
 “Aqui havia um costume de que quem fazia investigação com inteligência era a Policia Militar. Conseguimos instalar um núcleo de inteligência em Mossoró e a partir dele mudamos isto. Hoje os policiais civis estão trabalhando e mostrando resultados, bons resultados, por sinal, apesar de reconhecer que estes policiais não dispõem nem de longe a estrutura ideal para trabalhar”, destaca o delegado enquanto arrumava as bolsas.

O primeiro grande passo da reestruturação da Polícia Civil no Oeste foi buscar parceria. “Temos uma ótima parceria com a Petrobras, Prefeitura de Mossoró, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Mossoró) e o Tribunal Regional Eleitoral. Através destas parcerias melhoramos as condições de trabalho dos policiais, que em seguida receberam novas viaturas e reforço no contingente do Estado”, disse o delegado da divisão de polícia do Oeste. Entre as melhoras na Polícia Civil destacada pelo delegado, está a transferência da DEFUR, DNARC, DIVIPOE para prédios próprios e a criação da Delegacia de Homicídios de Mossoró. Da parte do estado, o pode mais forte destacado pelo delegado foi a designação de novos policiais civis para cidades como Caraúbas, Baraúna, Mossoró, Assu, entre outras cidades. “Estes novos policiais deram uma nova dinâmica nas investigações”.

Entre os novos delegados, Odilon Teodósio destaca Márcio Lemos, que esteve em Baraúna, Herlânio Cruz, que esteve na DEFUR de Mossoró, e Carla Menezes, que atua na DP de Homicídios de Mossoró. Os dois primeiros já foram promovidos em função de deste desempenho. Estão em missão e são grandes promessas da Polícia Civil do RN. Teodósio defende uma politica de governo de incentivo, de verdadeiro incentivo a atividade policial investigativa. Ele se refere ao fato de que de cinco em cinco anos os policiais civis que não tem processos na corregedoria são promovidos. “Creio que esta política precisa mudar, pois estão sendo promovidos aqueles que ficam atrás dos birôs, sem nada fazer exatamente para não correr risco de responderem processos na corregedoria”, explica. 
 
  Entre os resultados, Teodósio destaca o trabalho feito na Operação Mal-assombro e Carrancas, no Vale do Açu (foto acima), o Caso Ednaldo Filgueira, na Serra do Mel, e o atentado a cidade de Caraúbas que vitimou a família Praxedes. Em Mossoró, lembrou da apreensão dos 340 quilos de maconha. Porém, o bacharel ressalta que precisa de muito mais. “Precisamos fazer um trabalho continuado, para que os índices de homicídios voltem a patamares de 2005”. Para tanto, Odilon Teodósio destaca que é preciso que os promotores do Ministério Público Estadual e Federal atuem com mais força, abracem a causa com mais fervor ou os homicídios, assaltos, tráfico de drogas vão continuar na região de Mossoró. E que a atuação do Ministério Público precisa ser em parceria com policiais que venham de fora (Força Nacional), façam o que tem que ser feito e retornem para suas regiões.

Retrato do Oeste
 

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